Melanophryniscus admirabilis
Sapinho-admirável-de-barriga-vermelha
O sapinho-admirável-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus admirabilis) é uma espécie de anfíbio que ocorre apenas em um único lugar no mundo inteiro: o Perau de Janeiro (Município de Arvorezinha), no Rio Grande do Sul.
Os anfíbios são os sapos, as rãs, as pererecas, as salamandras e as cobras-cegas. Estes animais são essenciais para o equilíbrio da vida no Planeta, porque controlam populações de insetos e servem de alimento para outros animais. Além disso, muitas substâncias encontradas na pele dos anfíbios podem ser usadas para a produção de medicamentos que melhoram e salvam a vida de muitas pessoas.
As pererecas têm discos adesivos nas pontas dos dedos e, por isso, podem subir em árvores e paredes.
As rãs têm a pele bem lisa e úmida. Além disso, possuem as pernas desenvolvidas, o que lhes permite dar grandes saltos.
Os sapos têm a pele mais grossa e rugosa e normalmente caminham, ao invés de pular.
As cecílias não possuem membros e normalmente vivem enterradas.
As salamandras, ao contrário dos sapos, rãs e pererecas, possuem rabo. No Rio Grande do Sul não existem salamandras!
Muitas espécies de anfíbios possuem um ciclo de vida dividido em duas fases: uma áquatica (chamada de girino) e uma terrestre (fase adulta). Como a pele deles é muito permeável e dependente de umidade, a maioria dos anfíbios, mesmo depois de adultos, vive perto de ambientes aquáticos, como rios, açudes, lagos e banhados.
Durante o período reprodutivo, os machos vocalizam (ou "cantam") para atrair as fêmeas. Você sabe como é a vocalização do sapinho-admirável-de-barriga-vermelha? Clique aqui e escute!
Os sapinhos-admiráveis vivem nos lajedos, nas margens e nas matas do rio Forqueta e é lá que se desenvolve todo o seu ciclo de vida.
Por esse motivo, é importantíssimo que este ambiente seja preservado; caso contrário, a espécie poderá desaparecer.
A reprodução da espécie ocorre em poças formadas nos lajedos, na beira do rio, após fortes chuvas. O macho vocaliza, atrai a fêmea e, quando ela se aproxima, o macho dá o "abraço nupcial", também conhecido como amplexo. Algumas vezes, outros machos concorrentes podem ficar ao redor, atrapalhando o casal e tentando copular com a fêmea. Eles são chamados de machos-deslocadores.
Casal em amplexo em poça de água no lajedo.
Outro macho (ao fundo) acompanha o amplexo.
Macho-deslocador atrapalhando a cópula.
A reprodução dos anfíbios em geral é externa. No caso dos sapinhos, durante o amplexo a fêmea libera os óvulos na água e o macho fertiliza eles com seus espermatozóides. Após a cópula, o casal se separa e os ovos fecundados (em geral 15 ovos por desova) ficam nas poças sozinhos, até se desenvolverem em girinos.
Observe os ovos próximos aos pés do casal.
Desova com alguns ovos já em fase intermediária de desenvolvimento.
Os girinos do sapinho vivem em poças de água.
Com o passar do tempo, os girinos vão criando patas, perdendo a cauda e desenvolvendo seus órgãos para a vida adulta fora da água. Este processo é chamado de metamorfose. Quando estão prontos, saem da água versões em miniatura dos sapinhos, ainda pequenos, mas já totalmente desenvolvidos.
O ventre (ou "barriga") dos sapinhos adultos apresenta manchas específicas em cada indivíduo. Isso significa que cada sapinho tem uma padrão de manchas diferentes e, por isso, pode ser reconhecido. É como se fosse a impressão digital deles. Isso permite aos cientistas identificar cada sapinho individualmente. Será que você também consegue? Tente encontrar nas fotos abaixo onde está o sapinho modelo.
Tente encontrar este sapinho entre os nove da direita. Dica: escolha um padrão de manchas fácil de ser reconhecido e procure apenas esta parte nos outros sapinhos. Clique em cima das imagens para aumentá-las.